sexta-feira, 15 de janeiro de 2016

WEBOrganização e a Gestão do Conhecimento

A maioria das teorias atuais sobre gestão do conhecimento postulam um ciclo do conhecimento com etapas como:
Criação, refinamento e implementação
Que levam à transformação do conhecimento tácito (ou prático) em explícito (ou discursivo). Lorna Heaton e James R. Taylor [0] ambos pesquisadores da Université de Montreal, desenvolveram pesquisas exploratórias de campo na Dinamarca e no Japão, e a partir delas passam a propor que se alargue a visão do conhecimento como algo a ser individualmente criado e então transmitido. Eles afirmam que o conhecimento origina-se em comunidades de prática, processo anteriormente preconizado por Lave e Wenger (1991) [1].
(Aqui  no Portal do Bibliotecário estamos criando conhecimento?)
A chave para o entendimento da geração e compartilhamento do conhecimento, segundo os autores, reside no papel do texto tanto como representação do conhecimento (produto) quanto na forma como as comunidades sustentam sua organização (processo).
Notem que é o “papel do texto” e não o texto de papel!
O modelo de criação e disseminação do conhecimento desenvolvido por Nonaka e Takeuchi (1995) [2], que distingue entre conhecimento tácito (produzido pelo indivíduo) e explícito (externalizado em textos ou programas) tem sido muito usado em organizações, pois somente como conhecimento externalizado os mesmos podem ser recombinados e então transmitidos.
A nova visão proposta por Heaton e Taylor preconiza que o processo de construção do conhecimento acontece no seio da comunidade e reflete o conjunto de práticas da mesma, o que faz do mesmo um processo mais coletivo do que individual (em oposição ao conceito de conhecimento tácito).
Os postulados de Heaton e Taylor são reiterados por Beilguelman (2004) [3] que introduz o conceito cibridismo para nomear as produções culturais atuais em uma realidade on e off-linePor cibridismo se pode entender a complexidade crescente das estruturas políticas, econômicas e sociais, onde a convivência de contrários constitui lugar-comum.
Obras clássicas convivem com produções anônimas; vídeos de autores anônimos no YouTube podem se transformar em hit comercial, a produção de conteúdos no universo digital desconhece normas e papéis previamente estruturados remixando uma nova ordem mundial que emerge a partir da WEB.
Referências
[0] HEATON, L. & TAYLOR, J.R. Knowledge management and professional work: a communications perspective on the knowledge –based organization. Management Communication Quarterly, vol16, n10. p. 210-236. 2002.
[1] LAVE, J. & WENGER, E. Situated learning: legitimate peripheral participation. Cambridge, UK: Cambridge, University Press, 1991.
[2] NONAKA, I. & TAKEUCHI, H. The knowledge creating company: how japanese companies create the dynamics of innovation. New York: Oxford University Press, 1995.
[3] BEIGUELMAN, Giselle. Admirável mundo cíbrido. In: BRASIL, André et. al (Orgs.) Cultura em Fluxo (novas mediações em rede). Belo Horizonte: Ed. PUCMinas, p. 264-282, 2004. Disponível em: < www.pucsp.br/~gb/texts/cibridismo.pdf > Acesso em: 27 de ago. 2007.
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