terça-feira, 19 de julho de 2011

WEB 2.0, BIBLIOTECA 2.0 E CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO (I): Um protótipo para disseminação seletiva de informação na Web utilizando mashups e feeds RSS




































VIII ENANCIB – Encontro Nacional de Pesquisa em Ciência da Informação
28 a 31 de outubro de 2007 ••• Salvador ••• Bahia ••• Brasil
GT 2 – Organização e Representação do Conhecimento
Comunicação oral
WEB 2.0, BIBLIOTECA 2.0 E CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO (I):
Um protótipo para disseminação seletiva de informação na
Web utilizando mashups e feeds RSS
WEB 2.0, LIBRARY 2.0 AND INFORMATION SCIENCE (I):
A prototype for the selective dissemination of information
on the Web utilizing mashups and RSS feeds
Luiz Fernando de Barros Campos (PPGCI – UFMG, lfbcampos@gmail.com)
Resumo: Este artigo objetiva descrever o que se denomina Web 2.0 e Biblioteca 2.0, estabelecendo ligações
com a ciência da informação. Desenvolveu-se um protótipo de um sistema que filtra e dissemina metadados de
artigos publicados em periódicos da Web, procurando (a) demonstrar empiricamente os preceitos da Web 2.0 e
Biblioteca 2.0 caracterizados no artigo e (b) enfatizar como processos tradicionalmente conhecidos e estudados
na ciência da informação ajustam-se perfeitamente ao ambiente informacionalmente carregado da Web atual.
Para isso, foram automaticamente gerados os feeds RSS da revista Ciência da Informação do IBICT e utilizaramse aplicações Web adequadas ao processamento e integração de conteúdo oriundo de mais de uma fonte em uma
só interface (mashups). Concluiu-se que a Web 2.0 e a Biblioteca 2.0, pelo menos no momento atual, antes que
teorias consolidadas, são abordagens predominantemente empíricas, que freqüentemente retomam e enfatizam princípios, conceitos e práticas em formação. Não obstante, as tendências sociais, econômicas e tecnológicas
ressaltadas tencionam o campo da ciência da informação de modo duplo. Por um lado, há oportunidades com o surgimento de profícuos temas de estudo, criação de aplicativos interativos e leves, e a possibilidade e conveni-
ência da aplicação de teoria e práticas da área, caso exemplar da disseminação seletiva de informação. Por outro
lado, há desafios impostos aos profissionais da informação que podem demandar profundas alterações estruturais
em sua atuação e formação.
Palavras-chave: Web 2.0. Biblioteca 2.0. disseminação seletiva de informação. feeds RSS. mashups.






















para as bibliotecas. A Library 2.0 tem sido constantemente tema de artigos e livros
(MANESS, 2006
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; CASEY; SAVASTINUK, 2006, 2007, COURTNEY, 2007).
Nascido e debatido nas comunidades virtuais de blogueiros na Internet, o termo Biblioteca 2.0 tem sido utilizado de várias maneiras, como acontece com Web 2.0. Crawford (2006) examinou minuciosamente várias definições do termo, concluindo que o sentido gravita em torno de dois núcleos. O primeiro deles abrange um espectro de metodologias de aplicações e programas (software social, modularidade, interatividade, API, e outras) assim como
um conjunto de conceitos sobre os serviços prestados pela biblioteca, boa parte deles antigos.
Com discussão e habilidade, algumas dessas novidades e teses poderiam tornar as bibliotecas
mais interessantes e relevantes. Mas o segundo conceito, “Biblioteca 2.0”, seria uma confrontação, uma visão negativa sobre as bibliotecas existentes, uma imputação de um papel não
adequado às bibliotecas de fornecedoras de qualquer tipo de informação, uma ênfase em ferramentas e modelos de negócios que não atenderiam todas as variadas comunidades de usuá-
rios, e uma atitude de não valorização de um trabalho já existente.
A exposição de Crawford (2006) reflete as discussões acaloradas e visões extremadas
que acompanharam o surgimento da expressão. Maness (2006, p.3), traz uma proposta concreta e metodologicamente assentada. Sua definição de Biblioteca 2.0 é “a aplicação de tecnologias interativas, colaborativas e multimídia baseadas em Web a serviços de bibliotecas e
coleções baseadas em Web”. Duas características da sua definição sobressaem-se: (a) trata-se
de uma abordagem empírica, de aplicações; e (b) é limitada para serviços baseados na Web, e
não para os serviços e bibliotecas em geral, sendo que desse modo “evita confusões potenciais
e permite suficientemente que o termo seja pesquisado, depois teorizado, e o torna mais útil
no discurso profissional”.
Maness (2006) entendeu que uma teoria para Biblioteca tem quatro elementos essenciais. A teoria é centrada no usuário, que participa dinamicamente no consumo e criação do
conteúdo. Ela valoriza a experiência multimídia – um aspecto particularmente enfatizado por
esse autor. Também é socialmente rica, abrangendo comunicação síncrona, como programas
de mensagens instantâneas, e assíncrona, como blogs e wikis, entre os próprios usuários, e
entre usuários e bibliotecários. E, por fim, é comunitariamente inovadora, o que pressupõe
que não apenas a biblioteca mude com os usuários, mas que se permita que os usuários mudem a biblioteca, constantemente alterando seus serviços e as formas de comunicação. Opinase que esses elementos, embora oportunos e adequados, sejam mais uma declaração de (bons)
valores, do que exatamente fundamentos de uma teoria
Para Casey e Savastinuk (2006, 2007), a base da Biblioteca 2.0 é a mudança com foco
no usuário. Trata-se de um modelo que encoraja os usuários a participarem da criação dos
serviços físicos ou virtuais que desejem, com base um uma avaliação constante e consistente
dos serviços. Também tenta servir melhor os usuários existentes com serviços direcionados a
suas necessidades e incorporar novos usuários, explorando a diversificação na cauda da curva,
nos moldes da argumentação de Andersom (2006). Tecnologia não é um requisito essencial,
mas, principalmente aquela relacionada à Web 2.0, desempenha um papel significativo para
que a biblioteca mantenha-se atualizada com as necessidades dos usuários, criando novos serviços interativos ou ensejando formas originais de intercâmbio.
Desse modo, a ênfase está no usuário, e a tecnologia é um instrumento considerado essencial para viabilizar essa perspectiva. Esse argumento aparece na literatura que versa sobre
Biblioteca 2.0 sob diversas roupagens. Assim, por exemplo, a obra organizada por Courtney
(2007) descreve o uso de várias tecnologias (folksonomies, tagging, podcasting, bibliotecas de
realidade virtual, etc) e discute seu potencial no ambiente da biblioteca de hoje. Em relação ao
tema, John Blyberg publicou dois curtos artigos em seu blog (BLYBERG, 2006, 2007) que
repercutiram positivamente na comunidade que discute a Biblioteca 2.0 (como em CASEY;
SAVASTINUK, 2006 ou CRAWFORD, 2006). O primeiro deles propugnou que os fornece-9
dores de sistemas integrados para automação e gestão de

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